Prurido vulvar nem sempre é candidíase!!!
É muito comum durante as consultas ginecológicas encontrarmos pacientes de qualquer idade com queixa de prurido vulvar. O diagnóstico mais comum é candidíase vulvar, porém não podemos esquecer que existem outras patologias que causam este sintoma e a anamnese e o exame físico é sempre imprescindível para o diagnóstico diferencial.
Uma das patologias que cursam com prurido vulvar é o líquen escleroso (LE). É uma condição dermatológica progressiva, benigna e crônica, caracterizada por uma inflamação acentuada da vulva, causando um afinamento do epitélio vulvar e alterações distintas, como hipocromia e distorções de sua anatomia.
Pode ocorrer em mulheres de qualquer idade, mas tende a ter dois picos de início: meninas pré-púberes e mulheres na peri ou pós-menopausa. Sua fisiopatologia ainda é desconhecida, porém uma vez que ela é mais comumente encontrada em mulheres com hipoestrogenismo, supõe-se que um mecanismo hormonal esteja envolvido. Fatores genéticos e autoimunes também estão relacionados.
O principal sintoma do LE é o prurido vulvar, razão pela qual esta doença é frequentemente confundida com a candidíase. O prurido pode ser intenso a ponto de interferir no sono. Em algumas mulheres, em vez de prurido, o sintoma referido é de dor ou ardência local.
O sinal clássico é uma hipocromia vulvar progressiva, principalmente em pequenos e grandes lábios, mas pode se estender para região perineal e perianal.
Podemos encontrar fissuras de coçadura na fúrcula vaginal, nos sulcos interlabiais e na região perineal. Pode causar edemas dos pequenos lábios e do prepúcio e também alterar o formato dos mesmos.
O diagnóstico é feito pelos sinais e sintomas citados acima, às vezes devendo ser confirmado histologicamente com a biópsia. Mulheres afetadas por essa doença e que não são adequadamente tratadas têm maior risco de desenvolver câncer da vulva.
A terapia farmacológica é feita com corticoides de alta potência. O tratamento, mesmo nos casos assintomáticos, é de suma importância não somente para a melhora do prurido, mas também para evitar distorções da anatomia vulvar ou o desenvolvimento de câncer com o progredir da doença.
Além do tratamento com corticóide tópico outros tratamentos da Ginecologia Regenerativa estão tendo excelentes resultados com vários estudos recentes comprovando os benefícios.
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DRA BARBARA REIS PAIVA QUINTÃO
CRM-MG 42930 – RQE 25561
MÉDICA FORMADA EM 2005 PELA UNIVERSIDADE DE BARBACENA- FUNJOB
RESIDENCIA MEDICA EM GINECOLOGIA E OBSTETRICIA NO HOSPITAL ODILON BEHRENS EM BELO HORIZONTE
TITULO DE ESPECIALISTA EM GINECOLOGIA E OBSTETRICIA NUMERO:43/2010
MEMBRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GINECOLOGIA E OBSTETRICIA
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