Novidades no Tratamento da Neuralgia do Trigêmeo: quando a ciência desafia a dor
A neuralgia do trigêmeo é considerada uma das dores mais intensas que um ser humano pode sentir. Muitas vezes descrita como “choques elétricos” ou “facadas” no rosto, essa condição afeta o nervo trigêmeo — responsável pela sensibilidade da face — e pode transformar tarefas simples, como falar, mastigar ou até escovar os dentes, em experiências dolorosas.
Apesar de rara, a doença impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. A boa notícia é que a medicina tem avançado, trazendo novos métodos para diagnóstico e tratamento.
Diagnóstico mais ágil e preciso
Antes, identificar a neuralgia do trigêmeo podia levar anos. Hoje, exames de imagem de alta resolução, como a ressonância magnética 3D, permitem visualizar compressões do nervo por vasos sanguíneos ou outras alterações anatômicas, facilitando a escolha do melhor tratamento desde o início.
Novas gerações de medicamentos
O tratamento medicamentoso ainda é a primeira linha. Anticonvulsivantes como a carbamazepina continuam sendo padrão, mas já existem novas opções mais bem toleradas e com menos efeitos colaterais, como a oxcarbazepina e a lacosamida. Estudos recentes também investigam o uso de medicamentos biológicos para controle da dor neuropática.
Procedimentos minimamente invasivos
Quando os medicamentos não trazem alívio suficiente, entram em cena técnicas minimamente invasivas. Entre elas:
Radiofrequência percutânea: gera calor controlado para “desativar” as fibras nervosas responsáveis pela dor.
Gama Knife (radiocirurgia): feixe de radiação de alta precisão que atinge o nervo trigêmeo sem cortes.
Compressão por balão: aplicada diretamente sobre o nervo, reduzindo sua sensibilidade temporariamente.
Esses métodos costumam ter recuperação rápida e boa taxa de sucesso.
Cirurgias de alta precisão
Para casos mais graves, a cirurgia de descompressão microvascular ainda é considerada a mais eficaz. Ela consiste em afastar o vaso sanguíneo que está pressionando o nervo, aliviando a dor de forma duradoura. O avanço das técnicas cirúrgicas e do monitoramento intraoperatório aumentou a segurança e reduziu complicações.
Novos horizontes: neuromodulação e terapias digitais
Pesquisas recentes têm explorado a estimulação elétrica e magnética do cérebro (como a estimulação transcraniana e a estimulação do gânglio trigeminal), que mostram resultados promissores para pacientes refratários a outros tratamentos. Além disso, aplicativos e plataformas digitais de telemonitoramento permitem acompanhamento contínuo, ajudando médicos a ajustar medicamentos e identificar gatilhos com maior rapidez.
Dr. Pedro Fernando Scanapieco Filho
CRM-MG 41013 – RQE 24729
Especialista em tratamento cirúrgico de doenças neurológicas na coluna vertebral, nervos periféricos, lesões cerebrais.
Neurocirurgia
MAIS INFORMAÇÕES:
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Ed. San Domenico – Centro
Poços de Caldas – MG
Tel: (35) 3014-2449
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