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Exames laboratoriais na Odontologia

Dra Lígia Maria Sato Carvalho Cirurgiã Dentista pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP CRO-MG – 58.395

A importância de exames laboratoriais na Odontologia

Exames laboratoriais: Durante o exercício da profissão, o Cirurgião-Dentista enfrenta diversas situações em que o sucesso ou fracasso dos procedimentos pode estar estritamente ligado à condição sistêmica do paciente. O padrão dos pacientes que frequentam o consultório odontológico tem mudado ao longo das últimas décadas. Isto se deve ao envelhecimento populacional e ao aumento da sobrevida de portadores de doenças crônicas não-transmissíveis que tornaram cada vez mais frequente a demanda por serviços odontológicos de pacientes oncológicos, cardiopatas, diabéticos, anticoagulados, entre outros. Nestes casos, saber quando solicitar e analisar adequadamente exames complementares é essencial, no intuito de promover segurança e conforto durante o atendimento odontológico.

 

Exames laboratoriais

 

O cirurgião-dentista contribui favoravelmente para o diagnóstico precoce de alterações sistêmicas e, consequentemente, o melhoramento do prognóstico do paciente, tendo em vista que ele pode ser um dos primeiros profissionais da saúde a suspeitar de alguma alteração sistêmica em decorrência de manifestações precoces na cavidade oral ou em face. Algumas alterações sistêmicas podem interferir no tratamento odontológico e no prognóstico, podendo ser abordadas pelo paciente na anamnese ou pelo profissional, caso suspeite de alguma alteração no exame clínico. Dessa forma, faz-se necessária a investigação do dentista por meio de solicitação de exames complementares específicos ou com o encaminhamento ao médico.

Entretanto, a solicitação de uma série de exames não deve ser realizada para todos os pacientes. Devem-se investigar as indicações de cada um, solicitando apenas para aqueles que possuem a necessidade de indicação. Para isso, é necessária a avaliação de seu histórico e exame físico. Destaca-se, também, a importância de o cirurgião-dentista saber quando solicitar os exames laboratoriais, interpretar os resultados e conhecer o que aquela alteração pode trazer para o procedimento invasivo ou cirúrgico, prevenindo possíveis complicações.

Sendo assim, a solicitação dos exames laboratoriais é de grande importância para a prática odontológica, pois contribui para o planejamento dos procedimentos, assim como para o diagnóstico diferencial.

 

  1. Hemograma

O hemograma é um dos exames mais indicados em razão de seu baixo custo e facilidade de realização, sendo capaz de fornecer uma grande quantidade de informações.

Alguns critérios são observados para a solicitação do hemograma, tais como: complexidade cirúrgica, intervenções odontológicas de médio e grande porte, suspeita clínica de anemia ou policitemia; presença de doenças crônicas como: nefropatias, hepatopatias, lúpus eritematoso sistêmico, AIDS, neoplasias, alcoolismo; doenças hemorrágicas do trato gastrointestinal; radio ou quimioterapia recentes; uso de anticoagulantes; presença de infecção; paciente acima de 60 anos; crianças pálidas e hipoativas, má alimentação; e déficit de peso/idade.

 

  1. Eritrograma

No eritrograma, o cirurgião-dentista se concentra, principalmente, em avaliar a presença ou ausência de anemia, observando também se a condição pode ser secundária a doenças crônicas, principalmente em nefropatas, hepatopatas, pacientes com Lúpus eritematoso, dentre outras. A presença desse estado anêmico pode interferir diretamente no procedimento odontológico, por aumentar o risco de infecção local, má cicatrização e poder em causar um sangramento mais abundante durante a cirurgia. Esses dados são muito importantes para a decisão do cirurgião-dentista em executar ou não um procedimento cirúrgico.

 

  1. Série Plaquetária – Contagem de Plaquetas

A dosagem das plaquetas é necessária diante de procedimentos suscetíveis a sangramentos, quando há suspeita clínica de problemas de coagulação. Um número de plaquetas inferior aos valores de referência caracteriza uma trombocitopenia, que têm como consequência a possibilidade de o paciente ter hemorragia perioperatória e pós-operatória.. Quando esse valor é muito elevado, constitui-se uma trombocitose, que pode favorecer a trombose.

 

  1. Leucograma

É a parte do hemograma capaz de analisar quantitativamente e qualitativamente os leucócitos (glóbulos brancos), as células de defesa do nosso organismo. A contagem total de leucócitos, quando elevada, é denominada leucocitose e, normalmente, indica uma infecção. Uma contagem diminuída de leucócitos é considerada uma leucopenia, que pode sugerir, dentre outras etiologias, uma depressão da medula óssea. A contagem diferencial de leucócitos é usada para avaliar a distribuição e morfologia dos glóbulos brancos, fornecendo informações mais específicas sobre o sistema imune do paciente.

 

  1. Coagulograma

A solicitação do coagulograma é muito importante no pré-operatório de qualquer cirurgia de médio a grande porte. Também deve ser solicitado para investigar sangramentos espontâneos e petéquias.

Através do coagulograma é possível avaliar qualitativamente e quantitativamente as plaquetas, ou seja, a qualidade e o poder de coagulação do paciente.

Com o exame laboratorial é possível avaliar clinicamente o impacto dessas alterações em cada paciente, sendo fundamental correlacionar os achados clínicos e história médica individual, dados que devem ser obtidos no início do tratamento Odontológico e atualizados sempre quando houver a necessidade de novas intervenções. O encaminhamento médico de pacientes em que foram manifestadas alterações no hemograma é outro ponto crítico, que demanda um cuidado odontológico multiprofissional. Afinal, não cuidamos só de dentes quando frequentamos o Cirurgião-Dentista, mas sim de nossa saúde como um todo.

 

 

Dra Lígia Maria Sato Carvalho

Cirurgiã Dentista pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP

CRO-MG – 58.395

Av Champagnat, 863, sala 205

Tel 35 37221368

 

 

 

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