Doença Renal e Diabetes: O Que Você Precisa Saber para Proteger Sua Saúde
A doença renal é um problema de saúde que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Apesar de ser silenciosa em seus estágios iniciais, ela pode ter consequências graves, incluindo a necessidade de diálise ou transplante renal nos casos mais avançados. Entender essa condição e reconhecer os sintomas precocemente é fundamental para prevenção e tratamento adequado.
O que é a Doença Renal?
A doença renal ocorre quando os rins perdem progressivamente sua capacidade de filtrar o sangue e eliminar substâncias tóxicas e excesso de líquidos do corpo. Isso pode ser causado por diferentes condições, como hipertensão, infecções urinárias recorrentes e, principalmente, o diabetes.
Existem dois tipos principais:
Doença Renal Aguda (DRA): Ocorre de forma rápida e muitas vezes é reversível se tratada adequadamente.
Doença Renal Crônica (DRC): Evolui lentamente e pode ser irreversível, especialmente se não detectada precocemente.
Sintomas de Alerta
Nos estágios iniciais, a doença renal pode não apresentar sintomas evidentes. Por isso, é conhecida como uma “doença silenciosa”. No entanto, é importante estar atento a sinais como:
Inchaço nos pés, tornozelos e rosto;
Cansaço excessivo e dificuldade de concentração;
Alterações na urina (cor, odor ou volume);
Pressão arterial elevada;
Perda de apetite, náuseas e vômitos.
Se você tem diabetes ou hipertensão, é essencial fazer exames regulares de função renal para monitorar a saúde dos seus rins.
Exames para Diagnóstico
O diagnóstico precoce da doença renal é feito por meio de exames laboratoriais simples, como:
Urina tipo 1: Permite identificar alterações na composição da urina, como presença de sangue ou proteínas.
Proteinúria: Mede a quantidade de proteínas na urina, um indicador importante de lesão renal.
Creatinina sérica: Avalia a capacidade de filtração dos rins. Níveis elevados podem indicar insuficiência renal.
Taxa de Filtração Glomerular (TFG): Calculada a partir da creatinina, fornece uma estimativa mais precisa da função renal.
Nefropatia Diabética: A Principal Causa de DRC
A nefropatia diabética é uma complicação comum do diabetes tipo 1 e tipo 2. Ela ocorre devido ao excesso de glicose no sangue, que danifica os vasos sanguíneos dos rins. No Brasil, aproximadamente 14% dos pacientes com diabetes desenvolvem essa condição. Mundialmente, ela é a principal causa de DRC, afetando cerca de 30% dos diabéticos.
Estatísticas Relevantes:
Cerca de 850 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com alguma forma de doença renal.
No Brasil, aproximadamente 10% da população apresenta sinais de DRC, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Em 2023, o número de pacientes em diálise no Brasil ultrapassou 145 mil.
Avanços no Tratamento
O tratamento da doença renal tem avançado significativamente nos últimos anos, especialmente para pacientes com nefropatia diabética. A era EDTA 2024 trouxe importantes atualizações no manejo da condição, com destaque para medicamentos como:
Inibidores de SGLT2 (como a Dapagliflozina):
Esses medicamentos, inicialmente desenvolvidos para o controle glicêmico, mostraram ser eficazes em retardar a progressão da DRC. Eles ajudam a reduzir a proteinúria (perda de proteínas na urina) e protegem a função renal, além de diminuir o risco de insuficiência cardíaca.
Agonistas do Receptor GLP-1 (como o Ozempic):
Utilizados no controle do diabetes tipo 2 e para perda de peso, esses medicamentos também apresentam benefícios para a saúde renal, ajudando a reduzir a inflamação e o estresse oxidativo nos rins.
Prevenção: O Melhor Caminho
A prevenção é a chave para evitar complicações renais. Aqui estão algumas dicas importantes:
Controle rigoroso do diabetes e da hipertensão;
Mantenha uma alimentação equilibrada, com baixa ingesta de sal e proteínas em excesso;
Pratique atividades físicas regularmente;
Realize exames de rotina, como creatinina, ureia e urina tipo 1;
Evite o uso de medicamentos nefrotóxicos sem orientação médica.
Conclusão
A doença renal é uma condição séria, mas que pode ser prevenida e controlada com medidas adequadas. Com os avanços da medicina e o uso de medicamentos inovadores como os inibidores de SGLT2 e os agonistas de GLP-1, há mais esperança para os pacientes que convivem com essa condição. Cuide da sua saúde, mantenha-se informado e consulte regularmente um médico para proteger os seus rins.
DR. Marcus Vinicius Paiva Cavalcanti Moreira
Nefrologista
CRM 88481 RQE 59187
NEFRODERMA
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