Alergia alimentar

A alergia alimentar pode ser caracterizada como uma resposta imunológica adversa aos antígenos alimentares, sendo definida pela Organização Mundial de Alergia desde 2003, como distúrbios gastrointestinais com resposta imunológica exagerada ou anormal, após a ingestão de algumas proteínas alimentares. Assim, a alergia alimentar é uma reação clínica adversa reprodutível após o consumo de alimentos alérgenos presentes em determinadas proteínas alimentares causando respostas imunológicas anormais.

A hipersensibilidade alimentar é definida pelos sintomas ocasionados pela exposição à estímulos caracterizados como doses toleráveis, já a intolerância alimentar é qualquer reação adversa a alimentos não imunológicos, ou seja, contaminação, reações farmacológicas, tóxicas ou neuropsicológicas. As alergias podem se manifestar por meio de coceira, vermelhidão na pele, inchaço nos olhos, coriza e, em casos mais graves, pode haver falta de ar, já que uma das reações pode obstruir a respiração.

alergia alimentar

As doenças alérgicas aumentaram nos últimos anos em todo o mundo, especialmente em países industrializados. As pesquisas revelam que os fatores que predispõem as alergias alimentares são: histórico familiar, idade, dieta, quantidade de exposição, estado nutricional, presença de infecção crônica e doenças virais agudas. A alergia alimentar se mostra principalmente nos primeiros anos de vida, afetando mais as crianças do que os adultos.

Além disso, a alergia alimentar pode causar uma diminuição considerável na qualidade de vida das crianças, elas são as mais são afetadas pelas alergias. Os desconfortos como a ansiedade, a irritabilidade e a sensibilidade acarretam danos advindos da preocupação com os imprevistos que podem ocorrer diante da alimentação. Essas crianças podem desenvolver comportamentos como a recusa de alimentos, limitação do volume de comida como uma maneira de evitar a ansiedade, o desconforto e até mesmo a dor. Desse modo, pode-se desencadear alterações de humor decorrentes da alergia e do que ela apresenta, em casos mais graves podem ser desenvolvidos quadros depressivos.

As reações decorrentes da alergia alimentar podem desenvolver sintomas crônicos, que se apresentam como: esofagite de refluxo, bronquite, gastrite, otite, dores musculares e nas articulações, enxaqueca, rinite, alterações de humor, distúrbios de concentração e de aprendizagem, compulsividade, agitação, entre outros. A alteração comportamental desencadeada pela alergia alimentar pode afetar de diversas maneiras a qualidade de vida dos pacientes. No caso específico de crianças, quadros como dificuldades de aprendizagem, de concentração e irritabilidade afetam a qualidade de vida e os processos de desenvolvimento, sendo necessário apoio multidisciplinar e tratamento da alergia para amenizar os sintomas.

Os nutricionistas são profissionais indispensáveis no tratamento da alergia alimentar, reconhecendo sinais, auxiliando no desenvolvimento de uma relação amigável com os alimentos, preparando dietas que possam suprir os nutrientes que não podem ser ingeridos e até mesmo na dessensibilização, utilizada em casos mais graves, esse processo ajuda o organismo a se adaptar aos poucos as proteínas que causam alergia.

As alergias alimentares também afetam os familiares e, por isso, a importância de uma equipe multidisciplinar que oriente sobre o caminho a ser percorrido, sendo uma estratégia satisfatória para o acompanhamento de crianças alérgicas e para preparar a família para os desafios da convivência com a alergia alimentar. O acompanhamento nutricional é otimizado ao considerar as necessidades específicas de cada paciente, propondo variedade de alimentos e desenvolvendo novas experiências por meio de uma alimentação balanceada e nutritiva, trabalhando para a expansão da dieta no futuro.