Hipertensão Arterial na Infância: Um Problema Emergente
A hipertensão arterial, comumente associada a adultos, está se tornando uma preocupação crescente entre as crianças. Com o aumento dos casos de obesidade infantil e a mudança dos hábitos de vida, como a alimentação rica em sódio e o sedentarismo, o número de crianças diagnosticadas com pressão alta tem subido de maneira preocupante.
Estudos recentes mostram que cerca de 3 a 5% das crianças e adolescentes podem desenvolver hipertensão, sendo mais comum a partir dos 6 anos de idade. No entanto, a condição pode passar despercebida, já que muitas vezes não apresenta sintomas claros. Em crianças, a hipertensão é definida quando os valores da pressão arterial estão acima do percentil 95 para idade, sexo e altura, conforme tabelas pediátricas específicas.
*Causas e fatores de risco*
A hipertensão infantil pode ter causas variadas. Entre as primárias, destacam-se os fatores genéticos, o excesso de peso e o estilo de vida inadequado. Já as causas secundárias estão relacionadas a problemas renais, doenças endócrinas ou malformações cardiovasculares.
Fatores de risco como histórico familiar de hipertensão, alimentação com alto consumo de alimentos processados, fast food, refrigerantes, além da falta de atividades físicas, são responsáveis por aumentar a prevalência dessa condição em jovens. A exposição ao estresse e até o uso excessivo de eletrônicos também contribuem para o aumento do sedentarismo, agravando o quadro.
*Diagnóstico precoce e prevenção*
O diagnóstico da hipertensão na infância pode ser difícil porque, diferente dos adultos, as crianças raramente apresentam sintomas. Quando presentes, esses sinais podem incluir dor de cabeça, tontura, visão turva e fadiga. Por isso, a aferição regular da pressão arterial em consultas pediátricas é fundamental, especialmente em crianças que apresentam fatores de risco, como obesidade ou histórico familiar.
A prevenção deve começar cedo, com a promoção de hábitos saudáveis. Uma dieta balanceada, rica em frutas, legumes e com baixo teor de sal, combinada à prática regular de atividades físicas, é crucial para manter a pressão arterial em níveis normais. Além disso, é importante limitar o tempo de exposição a dispositivos eletrônicos e estimular brincadeiras ao ar livre, que favorecem o desenvolvimento físico e mental das crianças.
*Tratamento*
Quando o diagnóstico de hipertensão é confirmado, o tratamento varia de acordo com a causa e a gravidade da condição. Mudanças no estilo de vida são a primeira linha de tratamento, sendo muitas vezes eficazes para controlar a pressão arterial. Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicamentos, sempre sob orientação de um pediatra ou cardiologista.
A hipertensão arterial na infância, embora silenciosa, pode trazer sérias consequências a longo prazo se não tratada, incluindo o aumento do risco de doenças cardiovasculares e renais na vida adulta. Por isso, é essencial que os pais estejam atentos aos hábitos de seus filhos e que os profissionais de saúde monitorem e orientem adequadamente, garantindo uma infância mais saudável e protegida.
Dra Liliana Braga Fonseca Moreira
Nefrologista Pediátrica e Pediatra
CRM-MG 50303
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