Ceratocone e principais sintomas
Ceratocone é uma doença degenerativa que provoca a deformação da córnea, que é uma lente transparente que protege o olho, tornando-a mais fina, mais curva e mais “amolecida”, adquirindo a forma de um pequeno cone.
O ceratocone pode se manifestar já na infância, mas é mais comum por volta dos 15 anos em diante, com sintomas como dificuldade para enxergar ao longe e aberrações visuais. O ceratocone não tem cura, mas quanto mais cedo for identificado, maior o leque de opções para tratar e paralisar a doença. Uma forma de se suspeitar é quando a visão tende a piorar muito rápido, obrigando a troca constante de óculos e lentes. Dentre os sintomas temos a visão embaçada, hipersensibilidade à luz, visão dupla ou com imagens “fantasma”, até dor de cabeça. Além da predisposição genética, o pior fator de agravamento e progressão da doença é o hábito de coçar os olhos, quase sempre devido a alergias oculares.
Dessa forma, o oftalmologista pode desconfiar da presença do ceratocone e fazer um exame para avaliar a forma da córnea do olho. Uma topografia computadorizada, somada à paquimetria das córneas já pode dar o diagnóstico. Porém o exame de maior sensibilidade e especificidade é o exame tomográfico da córnea, o padrão ouro é o Pentacam®. Tem-se ainda Orbscam 2®, Galilei® e alguns aparelhos de OCT com módulo de análise da córnea.
Ceratocone pode cegar?
O ceratocone normalmente não causa cegueira completa, porém, com o agravamento progressivo da doença e alteração da córnea, a imagem enxergada vai-se tornando muito embaçada, acabando por dificultar as atividades diárias.
Tratamento para ceratocone
O tratamento só deve ser feito por um oftalmologista e sempre tem de se inibir os processos alérgicos para não coçar os olhos. Inicialmente óculos ou lentes de contato proporcionam uma boa visão. O acompanhamento frequente com exames é fundamental, pois uma vez que se comprove a existência de piora da doença, deve-se tratar para paralisar a doença, seja com crosslinking, seja com anel intra-estromal (o mais conhecido é o anel de Ferrara).
Tratamentos cirúrgicos:
Crosslinking: é uma técnica que consiste na aplicação de riboflavina (vitamina B2) diretamente no olho e exposição à um feixe de luz ultravioleta, para promover o enrijecimento da córnea, evitando que continue a mudar de forma
Implante de anel na córnea: é uma pequena cirurgia de cerca de 20 minutos, na qual o oftalmologista coloca um pequeno anel no olho. É um procedimento que ajuda a tornar a córnea mais lisa, diminuindo ou eliminando aberrações e deformações da superfície ocular/corneana, diminuindo os graus de óculos, evitando o agravamento do problema e funcionando como um procedimento ortopédico da córnea (na verdade, ortoceratológico).
Normalmente estas técnicas de cirurgia não causam a cura do ceratocone, mas ajudam a evitar o agravamento da doença. Dessa forma, depois da cirurgia pode ser necessário continuar a utilizar óculos ou lentes para melhorar a visão.
A única forma de “curar” o ceratocone é fazer um transplante de córnea, no entanto, devido ao risco desse tipo de cirurgia, geralmente só é feita quando o grau de alteração é muito elevado e não tem mais como solucionar e melhorar a visão com os outros métodos.
DR. Marcos Guilherme Silva
CRM –MG 42.131 – RQE 12783
Formado em medicina e especializado na USP de Ribeirão Preto
Especialista em oftalmologia, em residência médica reconhecida e credenciado pelo MEC, com sub-especialização em segmento anterior do olho (catarata, glaucoma, e doenças da córnea)
Especialista em oftalmologia pelo CBO – Conselho Brasileiro de Oftalmologia
Membro da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa
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